segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

História da homoafetividade feminina em Blumenau será pesquisada




Coordenado pelos professores Celso Kraemer (Departamento de Ciências Sociais e Filosofia) e Carla Fernanda da Silva (Departamento de História), tendo como bolsista Fabiele Lessa, o projeto, “Outras Vozes: Análise das Narrativas de Relações Homoafetivas Femininas em Blumenau” foi aprovado no Edital MCT/CNPq/SPM-PR/MDA Nº 020/2010 – seleção pública de propostas para pesquisas em temas de Relações de Gênero, Mulheres e Feminismos.

O projeto visa fazer uma cartografia de vivências homossexuais femininas, através da ‘história oral’ e de pesquisa em fontes primárias (diários e escritos íntimos). “Pretende-se saber de que maneira estas mulheres têm superado o preconceito de si, dos outros, para si e para com os outros, numa cartografia que delineia uma sociedade selada na regulamentação da sexualidade”, argumenta a professora Carla.

Além disso, segundo a professora, o projeto visa questionar as diferenças que marcam historicamente as formas de relações estabelecidas entre mulheres heterossexuais e homossexuais na afirmação de sua sexualidade. “A pesquisa objetiva, também, analisar o modo como as mulheres homossexuais assumem seus relacionamentos e, a partir daí, se expõem e são percebidas como corpos sexualizados, corpos com desejos, corpos transgressores”.

Nesse contexto, o projeto propõe dar voz e visibilidade às mulheres homossexuais, por meio de suas narrativas de vida, o que possibilitará uma discussão local sobre a diversidade sexual, tanto no processo de pesquisa, quanto nos debates que serão propostos.

As entrevistas e suas transcrições serão incorporadas ao CEMOP, Centro de Memória Oral e Pesquisa da FURB e, quando autorizadas, permitirá o acesso de outros pesquisadores aos arquivos. “Pretende-se realizar, ainda, apresentações da pesquisa e seus resultados na Universidade em parceria com o grupo ‘LGBT Liberdade’ de Blumenau e em eventos científicos regionais e nacionais”, informa a professora.

As interessadas em contribuir com entrevistas e participar do projeto, favor entrar em contato através do email: escritadesi@gmail.com.


Publicado: Comunicação e Marketing (FURB)
Texto: Alessandra Meinicke/ Carla Fernanda da Silva
Foto(s): Divulgação

Fonte:http://www.furb.br/novo/index.php?option=noticia&task=detalhe&categoria=1&id=754&Itemid=79

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Dia 27 - A excêntrica família de Antonia


No último Clio No Cio, do dia 23, após assistir e discutir o filme 1984, houve uma escolha do próximo filme com as pessoas presentes. Foram colocados os diversos filmes sugeridos pelo pessoal, e A excêntrica família de Antonia foi a opção da galera. Então, filme para o dia 27 de novembro, na mesma hora e no mesmo local: 14h na sala G-001 no campus I da FURB.
Vamos convidar os amigos pra discutir...

Abaixo a sinopse do filme:


Vencedor do Oscar de Filme Estrangeiro de 1995 e muitos outros prêmios internacionais,
A excêntrica família de Antonia é uma obra prima inspiradora, com personagens únicos; um espetáculo de sensibilidade.
No final da Segunda Guerra Mundial, uma mulher espirituosa e independente volta ao lugar
onde nasceu, uma pequena vila no interior da Holanda, para começar uma nova vida com
sua jovem filha.
Assim começa a notável história de cinco gerações de uma família e uma comunidade. Sexy e romântico, é uma feliz celebração dos prazeres simples e das longas paixões vividas por Antonia e transmitida para suas descendentes como um legado de vida e amor. Nesse universo conhecemos curiosos personagens, como o filósofo pessimista, a netinha superdotada, a filha lésbica, a avó louca, o padre herege, a amiga que adora procriar, a vizinha que sofre abusos sexuais e os muitos amigos que são escolhidos por sua generosidade.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Roda e discussão de filmes Clio No Cio







1984

Nineteen Eighty-Four (1984 no Brasil) é um filme britânico, dos gêneros ficção científica e drama, produzido em 1984 e dirigido por Michael Radford. É uma adaptação do famoso livro 1984, escrito em 1948 por George Orwell.

Sinopse:

Depois da guerra atômica, o mundo foi dividido em três

estados e Londres é a capital da Oceania, dominada por um partido que tem total controle sobre todos os cidadãos. Winston Smith é um humilde funcionário do partido e comete o atrevimento de se apaixonar por Julia, numa sociedade totalitária onde as emoções são consideradas ilegais. Eles tentam escapar dos olhos e dos ouvidos do Grande Irmão, sabendo das dificuldades que teriam que enfrentar.

Dia 06 de novembro às 14h na sala G-

001 no campus I da FURB


Sugestões de filmes para o CLIO NO CIO do dia 27 de Novembro:

Abaixo as Sinopses. Sugestões de outros filmes podem ser enviadas para clionocio@gmail.com


V FOR VENDETTA, no Brasil V de Vingança, é um filme de 2006 adaptado da graphic novel de Alan Moore, V for Vendetta, produzida pelos Irmãos Wachowski (mais conhecidos pela trilogia Matrix).

Sinopse:

Passado numa Londres totalitária do futuro, V de Vingança conta a história de Evey, uma jovem doce e tranquila que é salva de uma situação de vida ou morte por um vigilante mascarado, conhecido apenas por "V". Incomparavelmente carismático e ferozmente dotado na arte do combate e do logro, V, um anarquista convicto, dá início a uma revolução quando detona dois marcos da cidade de Londres e toma o controle das ondas de rádio e TV, sugerindo aos seus concidadãos a rebelarem-se contra a tirania e opressão. À medida que Evey descobre a verdade sobre o misterioso V, ela descobre também algumas verdades sobre si própria e assim emerge uma inesperada aliada no plano para trazer liberdade e justiça a uma sociedade marcada pela crueldade e corrupção.

Informações Técnicas:
Título no Brasil:
V de Vingança
Título Original: V for Vendetta
País de Origem: Reino Unido / Alemanha
Gênero: Ação
Classificação etária: 16 anos
Tempo de Duração: 132 minutos
Ano de Lançamento: 2006
Estréia no Brasil: 07/04/2006
Site Oficial: http://wwws.br.warnerbros.com/vforv endetta/
Estúdio/Distrib.: Warner Bros.
Direção: James McTeigue


FAHRENHEIT 451 é a adaptação cinematográfica do romance homônimo de Ray Bradbury, dirigida por François Truffaut em 1966.

Sinopse:

Em um Estado totalitário em um futuro próximo, os "bombeiros" têm como função principal queimar qualquer tipo de material impresso, pois foi convencionado que literatura é um propagador da infelicidade. Mas Montag (Oskar Werner), um bombeiro, começa a questionar tal linha de raciocínio quando vê uma mulher preferir ser queimada com sua vasta biblioteca ao invés de permanecer viva.

Informações Técnicas

País: Reino Unido

Título original: Fahrenheit 451

Gêneros: Ficção Científica, Drama

Tempo: 111min

Ano:1966

Direção: François Truffaut



BRAVE NEW WORLD, Admirável Mundo Novo no Brasil, filme produzido em 1998, baseado no livro de Aldous Huxley homônimo produzido em 1932.

Sinopse: Um hipotético futuro onde as pessoas são pré-condicionadas biologicamente e condicionadas psicologicamente a viverem em harmonia com as leis e regras sociais, dentro de uma sociedade organizada por castas. Numa sociedade futura totalitarista, as pessoas não tem controle sobre suas vidas e seus destinos. As pessoas são pré-condicionadas biologicamente e condicionadas psicologicamente a viverem em harmonia com as leis e regras sociais, dentro de uma sociedade organizada por castas. A sociedade desse "futuro" não possui a ética religiosa e valores morais que regem a sociedade atual. Qualquer dúvida e insegurança dos cidadãos é dissipada com o consumo da droga sem efeitos colaterais chamada "soma". As crianças têm educação sexual desde os mais tenros anos da vida. O conceito de família também não existe.Depois de Bernad Marx conhecer um “selvagem” – uma pessoa que vive fora da civilização e dessa sociedade “perfeita”, ele resolve o levar para a sua cidade a fim de realizar algumas pesquisas sobre condicionamento humano. O conflito entre estes dois “mundos” gera bastante adversidades.

Informações técnicas:
Direção:
Leslie Libman e Larry Williams.
Roteiro: Dan Mazur e David Tausik adpatando livro de Aldous Huxley.
Lançamento: 1998.
Elenco: Peter Gallagher, Leonard Nimoy, Tim Guinee, Rya Kihlstedt, Sally Kirkland, Patrick J. Dancy, Daniel Dae Kim, Miguel Ferrer.
Gênero: Ficção Científica.
Tempo: 87 min.


domingo, 19 de setembro de 2010

Amizade & Transgressão

Link para baixar o texto:

Para fazer o download:
1. Clique no link acima
2. Clique no botão azul "Download Now - No virus detected"
3. Espere 20 segundos do contador que aparecerá dentro do círculo branco com
borda laranja.
4. Clique em "Download file now" que estará acima do círculo
do contador.

e-mail: clionocio@gmail.com

domingo, 12 de setembro de 2010

24 horas de combate a homofobia







A Campanha 24h de Combate à Homofobia é um movimento virtual que nasceu incentivado pelos avanços nas legislações da Argentina e Uruguai e pelos recentes casos de homofobias, que fazem do Brasil o campeão do mundo em crimes homofóbicos.
Com o intuito de chamar atenção para a tomada de consciência a respeito do que está sendo realizado, ou não, em relação aos direitos de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT) no Congresso Nacional, a Campanha tem como objetivo mobilizar segmentos, organizações e a população em geral para que pautem o assunto em suas casas, locais de trabalho e demais espaços de convivência – dos bares às igrejas – multiplicando informações sobre a temática, de forma que a sociedade se sensibilize pela promoção da equidade de direitos e da cidadania LGBT, assim como por uma atuação política mais concreta no combate às homofobias.
A idéia da Campanha é que, durante as 24 horas do dia 18 para o dia 19 de setembro de 2010, as pessoas doem seu tempo para a realização de ações que mobilizem outras pessoas, multipliquem informações e sensibilizem a sociedade em relação ao tema. Através do sitewww.24horasdecombateahomofobia.com.br, a Campanha sugere algumas dicas para que as pessoas possam atuar em suas cidades.
Uma das sugestões da campanha é instigar que as eleitoras e eleitores realizem uma pesquisa sobre as candidatas e os candidatos de seu município, buscando se informar sobre quem defende, de forma comprometida e declarada, a cidadania LGBT. Outras ações são a organização de palestras em seus locais de trabalho e manifestações em lugares públicos etc.
Em Brasília, no dia 18 de setembro, na FUNARTE, uma manifestação cultural e política marcará o lançamento oficial da Campanha, com manifestações culturais diversas e bate-papo com representantes do governo, organismos internacionais, da sociedade civil e candidata(os).
O evento contará com a participação de Angélica Ivo e Marco José Duarte, mãe e primo do jovem Alexandre Ivo, que recentemente se tornou mais uma vítima dos crimes de ódio baseados em homofobia ao ser espancado e morto em São Gonçalo, RJ; da atriz Liliana Castro, a Filomena, da novela Ribeirão do Tempo; do ator global Gilvan Oliveira, representante do grupo Humanos Direitos, e artistas de Brasília.
As apresentações musicais ficarão a cargo das bandas Hotel Onda, Watson e Sacassaia e os debates, que serão disponibilizados em tempo real através do site www.24horasecombateahomofobia.com.br, terão como temas: Homofobias: Direitos Humanos e Políticas Públicas; Homofobias em suas Especificidades e Propostas de governo voltadas para a Cidadania LGBT (veja programação completa no site da campanha).
Já aderiram ao movimento os grupos do estado do Pará: COR – Cidadania, Orgulho e Respeito, Instituto Elos e Associação de Lésbicas do Estado do Pará,  que estão organizando um dia de atividades ligadas à Campanha. Os debates também serão disponibilizados em tempo real no site da Campanha.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Lançamento do Livro "Clio no Cio: escritos livres sobre o corpo", na UNOCHAPECÓ

Está previsto para este mês o Lançamento do livro “Clio no Cio: escritos livres sobre o corpo”, no XIII Encontro Estadual de História e IV Encontro Estadual do GT Gênero de Santa Catarina (ANPUH-SC), que acontecerá na UNOCHAPECÓ.
Serviço:
Quando: Dia 06/09/2010 - 2a feira - 18:30h
Onde: UNOCHAPECÓ

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

CLIO NO CIO no “Fazendo Gênero 9 – Diásporas, Diversidades e Deslocamentos”

O Clio no Cio estará representado no “Fazendo Gênero” deste ano, Encontro Internacional promovido anualmente pela Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC.

Foi aprovada a inscrição de Oficina denominada “O meu corpo, o teu corpo: deslocamentos possíveis, que será realizada por dois escritores do livro do grupo: Carla Fernanda da Silva e Rosane Magaly Martins, e acontecerá no dia 23/08/2010 – 2ª feira, das 9h às 12h e das 14h às 18h (sala de métodos alternativos do CCS/UFSC).

O livro “Clio no Cio: escritos livres sobre o corpo” também foi selecionado para o lançamento coletivo de obras, que acontecerá no dia 25/08/2010 – 4ª feira, às 19h, também na UFSC.

Mais informações no site do evento: http://www.fazendogenero9.com.br/

Oficina:O meu Corpo, o teu Corpo: deslocamentos possíveis” Carla Fernanda da Silva (FURB/Clio no Cio) Rosane Magaly Martins (UFSC; FAC-VEST/SC).
Dia: 23/08/2010 – 2a feira
Horário: 9h às 12h e 14h às 18h
Local: Sala de Métodos Alternativos do CCS - UFSC

Objetivos:
-Problematizar o modo como a sociedade percebe e muda as relações com o corpo ao longo do tempo, da antiguidade grega à contemporaneidade.
- Destacar e elucidar as atitudes diversas sobre o corpo, que mesclam liberdade, disciplinamento, vergonha, medo, rejeição, desejo, transgressão, aceitação, modificação, etc., e que nos possibilita olharmos o Outro e a nós mesmos, sem receios e sem vergonha. Debater o corpo na sociedade contemporânea, a fim de compreender as relações pessoais, de trabalho, de exploração, de disciplinamento, etc., e assim buscar e entender como cada um de nós se 'relaciona' com o seu corpo e com o corpo do Outro.
- Experenciar o corpo através de dinâmicas somáticas, para elaboração corporal do que seja O Eu-O Outro- Nós.

Metodologia:
- Breve introdução teórica sobre o corpo e erotismo ao longo do tempo.
- Análise imagética da nudez da antiguidade à contemporaneidade, por meio da arte (estatuária, pintura, fotografia e video-arte).

Realização de debate:
- O corpo idealizado na mídia contemporânea (propagandas comerciais, revistas de moda, cirurgia estética, etc.); - A reação/transgressão ao corpo idealizado através da modificação corporal (tatuagens, piercings, cirurgias).

Prática da Oficina:
A distância entre o Eu - Nós. Através de consignas ao grupo, pretende-se proporcionar um contato íntimo do oficinante com seu corpo e O Eu-Interno, refazendo o caminho da construção do corpo que tínhamos e do corpo que temos.

Bibliografia:
BATAILLE, Georges. O erotismo. 3. ed. Lisboa : Antigona, 1988. 243p, l. Tradução de: Lïerotisme.
FREIRE, Roberto. Ame e dê vexame: Rio de Janeiro: Guanabara, 1990. 238p.
KELEMAN, Stanley. O corpo diz sua mente. São Paulo: Summus, 1996.134p.
LOWEN, Alexander. Amor e orgasmo. São Paulo: Summus,1988. 312p.
MONTAGU, Ashley. Tocar: o significado humano da pele. São Paulo: Summus,1986. 428p.
ORTEGA, Francisco. O Corpo Incerto: corporeidade, tecnologias médicas e cultura contemporânea. Rio de Janeiro: Garamond, 2008.
SANTORO, Fernando. Arqueologia dos Prazeres. Rio de Janeiro: Objetiva, 2007.
SILVA, Carla Fernanda da (org.). Clio no Cio: escritos livres sobre o corpo. Itajaí: Casa Aberta Editora, 2010. VOLPI, José Henrique. Psicoterapia Corporal- um trajeto histórico de Wilhelm Reich. Curitiba: Centro Reichiano, 2000. 128p.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Fuerza Bruta (Argentina)


Fuerza Bruta é um grupo de teatro originário de Buenos Aires. Seria o grupo remanescente do "La organizacion negra", que já realizava seu espetáculo utilizando cordas e erguendo seus atores simulando vôos.
Fuerza Bruta segue no mesmo caminho, porém por um viés mais "refinado" que seus longos anos de luta lhes garantiram. O espetáculo não tem falas. Seria um teatro conceitual, fora do tradicional.
O incrível de todo o espetáculo é o quanto o corpo dos atores é trabalhado, o quanto o corpo torna-se nesta peça um dos pontos-chave.
Caso alguém tenha a oportunidade de assistir ao Fuerza Bruta que faz espetáculos regularmente em Nova York e Buenos Aires, pode ser um bom momento, pois é algo incrível que jamais havia visto antes.

Video do grupo:

domingo, 11 de julho de 2010

+ propagandas



Vende-se






























































corpos 'perfeitos'...

sábado, 10 de julho de 2010

Cinema Pornô

Tese de antropóloga colombiana vira livro
que revela os bastidores do sexo pornô no Brasil

Bety Orsini

Tudo indica que a entrevista mais inquietante da antropóloga María Elvira Díaz-Benítez aconteceu num set de filmagem pornô em São Paulo há dois anos. Na tentativa de entrevistar um ator nu que estaria viajando dois dias depois para a Europa, ela se viu obrigada a conversar com ele ali mesmo porque a agenda do rapaz estava lotada.
Radicada no Brasil há sete anos anos, pesquisadora do Núcleo de Estudos de Gênero (Pagu) da Unicamp, María Elvira, de 34 anos, autora do recém-lançado "Nas redes do sexo - Os bastidores do pornô brasileiro", com prefácio do antropólogo Gilberto Velho, teve que superar suas limitações para coletar o material necessário para a tese de doutorado que defendeu no Museu Nacional (UFRJ). Como na entrevista com o tal ator nu, homem de formas exuberantes e jeito sensual, ocorrida antes da filmagem, quando o pênis dele estava completamente rígido e o Adônis necessitava se masturbar constantemente para não perder a excitação.
- Essa vivência mostrou como era importante eu me livrar de todos os meus preconceitos para uma pesquisa envolvendo práticas sexuais. Porque uma coisa é falar sobre o assunto, outra é estar ali interagindo. Foi a partir daí que senti o quanto o sexo mexe com questões morais guardadas em nosso íntimo.
Mas quando percebeu que tudo aquilo fazia parte da rotina de trabalho do ator, ela ficou mais tranquila.
- Eu estava trabalhando, ele também. E a partir do momento em que compreendi que o sexo era o material de trabalho desse universo, não tive maiores desafios - explica a antropóloga, lembrando que a espetacularização da sexualidade e a aparente abertura dos costumes não significam, contudo, que estamos diante do fim da obscenidade.
Quando souberam do tema escolhido por María Elvira, parentes e amigos insistiram para que ela tomasse cuidado com esses atores, atrizes, recrutadores, diretores pornôs e até potentes dublês de pênis.
- No início, esses alertas me fizeram ter reservas com as pessoas, mas durante a pesquisa percebi que elas não são tão diferentes de nós, são gente como a gente. Fiz até boas relações. E, assim, modifiquei minha maneira de enxergar essas pessoas.
Mesmo tentando parecer invisível, quando estava observando o trabalho nos sets de filmagem, María Elvira passou por outras saias-justas. Por exemplo, quando duas atrizes que participariam de uma cena lésbica caminhavam nuas pelo set e uma delas se trancou no banheiro para fazer sua higiene íntima diante do olhar indiferente de uma equipe composta por seis homens. Como as paredes eram de vidro, os homens podiam observar tudo, apesar de não demonstrarem nenhum tesão. Depois de algumas horas de filmagem, María Elvira teve vontade de fazer xixi.
- Eu estava com vergonha porque as paredes do banheiro eram transparentes, mas não teve jeito. E assim, quando vi que não tinha ninguém perto entrei no banheiro e estava quase terminando quando apareceu o motorista da equipe. Ao me ver, tapou os olhos com as mãos e saiu rápido, pedindo mil desculpas.
Quando decidiu pesquisar sobre pornografia, María Elvira não imaginou que seria profundamente modificada por esse universo cheio de vergonhas. Seu livro é o resultado da primeira pesquisa sobre pornografia feita no Brasil baseada na observação participante. Mas o que é observação participante? Trata-se de um método antropológico no qual o pesquisador convive com as pessoas envolvidas, participando do cotidiano. A maioria dos entrevistados mora em São Paulo, onde foi feita a pesquisa de campo.
- São Paulo é a cidade brasileira que tem o maior número de produtoras e distribuidoras do gênero - explica a antropóloga, que organizou a coleção "Prazeres dissidentes" (Garamond/Clam) e se interessa principalmente pelas relações étnico-raciais, gênero, pornografia e práticas sexuais dissidentes, como o sadomasoquismo, a pedofilia e a zoofilia.
Mas quem são as pessoas que transitam por este universo? De onde elas vêm? Por que fazem esse tipo de trabalho?
- São pessoas como nós, com a diferença de que trabalham nesse mundo. E todas são bem diferentes entre si, têm vidas privadas, visitam os pais, são casadas, têm filhos. Algumas são católicas, outras da umbanda.
Entrevistado pela autora, o recrutador Zilio classifica os indivíduos que chegam às redes de produção pornô em quatro níveis: A, B elevado, B e C.
- No nível A estão pessoas que têm família, uma vida social razoável, uma casa, têm tudo, mas têm a fantasia de fazer algum tipo de coisa voltada para a pornografia - diz Zilio. - Eu já tive filhos de delegados, filhos de militar, filhos de médicos que fizeram filme. São pessoas escolarizadas até. Muitos fazem Educação Física, Direito, Administração, Jornalismo.
A autora também passeia por assuntos controversos. Como a migração de travestis para a Europa, o lugar das transexuais e das práticas bizarras nessas redes, o valor dos cachês. E explica que o uso da camisinha é o fator que mais altera os valores do cachê.
- Um ator experiente sabe que quando os valores oferecidos são mais baixos que R$ 500 por cena, o sexo naquele filme será feito com camisinha. Valores mais altos denotam uma ambiguidade em relação ao uso do preservativo. Geralmente, cachês acima de R$ 800 significam que o uso da camisinha está dispensado.
No caso do cachê maior está implícita uma noção de risco.
- A maioria dos atores que ficam famosos no pornô não usa camisinha, os produtores preferem.
Nesse mercado estigmatizado, os homens circulam mais à vontade. Ao contrário da maioria das mulheres, que insiste em dizer que faz pornô por dinheiro, como se isso tirasse o peso da promiscuidade. A antropóloga conta que a qualidade dos orgasmos femininos é celebrada por atores e diretores e as fazem se sobressair. E lembra do dia em que estava numa filmagem e uma atriz ejaculou de uma maneira tão abundante quanto um homem.
- O diretor ficou fascinado e quando perguntei se essa tinha sido a primeira vez que assistia a uma ejaculação feminina, ele respondeu que é raro, mas já tinha visto algumas. Mas que as mulheres têm vergonha de demonstrar para a câmera. Nesses casos, ele sempre diz: "O que é isso, gente, vergonha de quê? O homem é todo o contrário, ele quer mesmo é gozar" - conta María Elvira.
E conclui:
- Vivemos em um mundo de sexo e somos obrigados a falar dele.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Saramago


O evangelho segundo a revista playboy de Portugal


Raquel Cozer - O Estado de S.Paulo


Se para o Vaticano a mente de José Saramago esteve sujeita a uma "desestabilizadora banalização do sagrado" - conforme artigo publicado no L"Osservatore Romano em 19 de junho, um dia após a morte do escritor -, uma recente homenagem ao português deixou vários de seus admiradores desestabilizados com o que entenderam como uma espécie de banalização da sua obra.
Trata-se do ensaio de capa da Playboy que chegou às bancas de Portugal no dia 1.º de julho e que conseguiu, ao mesmo tempo, reunir críticas e elogios tanto de fãs do autor quanto daqueles que condenavam seu ateísmo. Numa espécie de Pietá com papéis invertidos, um homem representando Cristo apoia uma mulher seminua e tatuada no colo, sobre uma cama em cuja cabeceira lê-se a inscrição O Evangelho Segundo Jesus Cristo - nome do livro de 1991 que acirrou a briga entre Saramago e a Igreja Católica. A chamada principal da revista é para entrevista com o escritor, a mesma que foi publicada em 1995 pela Playboy brasileira. A conversa vem acompanhada por ensaio no qual o personagem aparece cercado de mulheres seminuas em situações variadas: num "flagrante" de prostituição; numa cozinha, perto de uma mulher armada; observando uma cena de lesbianismo, etc.

A publicação teve suas fotos reproduzidas em sites de vários países, como Brasil, Espanha, EUA e Inglaterra, e dividiu internautas. O site Gospel+, por exemplo, publicou a capa com uma tarja, mas deu o link para a imagem original, argumentando que não publicaria "qualquer conteúdo pornográfico, tão pouco essa agressão e desrespeito a nossa fé".
Uma jornalista do Departamento de Comunicação da revista disse ao Estado que "parece que as pessoas não entenderam bem o conceito". "Elas se esquecem de que o verdadeiro conceito da Playboy é ser uma revista interventiva, que desafia a refletir. O que fizemos foi usar uma produção para falar da obra de José Saramago. Não falamos mal de Jesus, falamos bem, porque Jesus defendia as mulheres."
As imagens, explicou, referem-se a situações como a violência doméstica, o aumento da prostituição e o direito ao casamento homossexual. O editor de Saramago em Portugal, Zeferino Coelho, avaliou como " boa" a iniciativa da revista. "Com a morte dele saíram muitas homenagens, e essa é mais uma. É válida."
Com circulação de 80 mil exemplares, a Playboy portuguesa existe desde abril de 2009 e é, segundo o Departamento de Comunicação, "mais ousada que outras revistas masculinas do país".


sexta-feira, 25 de junho de 2010

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Tattoo Project


                                                       
Clóvis Truppel: Artista de arte efêmera

Mariana Florêncio: Fotógrafa   


TATTOO PROJECT


Enviando e-mail pro Clóvis, pedindo para que pudesse postar esse projeto super maneiro no blog.
Corpo, tattoo no cio!
Ele escreveu uma descrição do que se trata:

Minha proposta é de tatuar as meninas e fazer uma "pilha,aglomerado,enlaçamento...uma fieira de gente"
uma tattoo coletiva orgânica e transmorfa,contendo corpos de diferentes tamanhos cores e geografias diversas...
Poesia antropovisual...multiplicidade morfológica orgânica e estética...
haja vista as caixas quando "tatuadas" quando empilhadas,aleatóriamente, 
as tatuagens se aglutinam umas às outras e formam novas tatuagens,
é esta a proposta dependendo de como as meninas são entrelaçadas...novas organicidades 
se formam dando vida à uma múltipla gama de variedades imagéticas 


As fotografias, por Mariana Florêncio