
Uma obra que exibe um corpo perfeito.
Oara de Jesus trabalha há anos com educação, arte e moda, entrelaçando-as, tecendo-as numa cumplicidade criativa e envolvente. A inquietude, e o desassossego perante a realidade, levaram-na a buscar na moda, o centro das reflexões. Suas obras, tanto plásticas, quanto produções e oficinas de moda dão claro sinal da grande preocupação com o desenvolvimento humano.
Oara de Jesus é Mestre em Ciências da Linguagem (discussão central:Corpo,Moda,consumo,
Participante ativa na área da moda em Santa Catarina, além das atividades acadêmicas referidas, há tempos vem atuando através de artigos em jornais, congressos e proferindo oficinas e palestras, tais como: 1 – Corpos que Cantam, Encantam e Contam Histórias; 2- Vitrine e comunicação; 3-tendências comportamentais; 4 – moda e comunicação.
Grande disseminadora e defensora das ideias relacionadas à moda no estado catarinense, enfatiza que tanto para Santa Catarina, bem como outras regiões brasileiras, devemos partir para um contato mais direto, humano, uma socialização da moda no sentido de capacitação e profissionalização, um outro olhar! Para tanto, e se utilizando do estrito relacionado à moda e com exemplos extremamente práticos e conceituais, busca com seu trabalho e pesquisas dar subsídios para os profissionais da área, trazendo os envolvidos para a realidade. Buscar compreender este homem difuso (humano, consumidor e consumido), na sua relação indústria, social e mercadológica. Na atual conjuntura mundial, enfatisa Oara de Jesus, impera um modelo de dominação política, cultural e econômica, na qual a palavra ‘competitividade’ alimenta quase todas as ‘construções’ do homem, torna-se gênero de primeira necessidade o exercício constante do ser criativo que habita nosso corpo subjetivo, possibilitando a materialização de nossos sonhos e projetos. É necessário encontrarmos dispositivos internos e externos que fomentem e reelaborem o nosso repertório interno traduzindo nossos atos e gestos em novos movimentos repletos de possibilidades. Captar e absorver os movimentos gerados por todos os setores sociais, transformando-os em ações e estratégias que posicionam a empresa, exige do homem contemporâneo um auto-desenvolvimento contínuo, estando sempre conectado com o presente e o olhar voltado para o futuro.
Leia a dissertação da autora: Corpo e Moda: Mediações Imagéticas para o consumo e 'liberdades possíveis' (http://busca.unisul.br/pdf/86015_Iascara.pdf)
Oara também é artista plástica, sendo a arte de divulgação sua obra.
Te comer.
Te comer.
Comer.
De uma ponta a outra,
de um jeito desantropofágico.
Desdeglutir tua dor e teu parto.
Tua carne, tão tua que a mim
chama, é falácia.
É perdão de um pecado inexistente.
Que não sente, que não geme,
mas goza do puro prazer desconhecido.
Da ideia de nada pensar,
mas tudo sentir.
Te comer, comendo.
Sentindo aquilo que teus punhos guiam.
Agir sem pensar.
Um comer de bicho, de dentes e unhas.
Um corpo perene de dor, de espreita,
de hora certa, de ataque.
Investir.
Te comer pensando, andando.
Comer tua aura, tua sabedoria, teus dias.
Mastigar.
Por Dani Martins: http://www.flickr.com/danimartins
Ela era a coisa mais linda que surgiu em toda minha vida. Ela era como um sonho, como uma Vênus que se conserva com o tempo. Ela era a sabedoria. Rude. Mas eu gostava de tudo isso. Gostava de sofrer? Não sei. Essas coisas não se gostam, acontecem.
Sincera ao ponto de descobrir suas fraquezas. Às vezes é até sorridente. E quem não é às vezes? Mas nem sempre.
Como eu gostava quando sorria para mim. Como minha boca salivava. Instigada pela curiosidade de um sonho tão doce, tão doce... Como eu gostava de quando ficava braba.
Era engraçada. Pequena como eu. Dava até para dizer que era uma prima mais velha. Não era isso que eu queria. Era outra coisa. Então não poderia ser minha irmã ou minha prima. E o tremor, o que era aquele tremor? Era bom? Era ruim? Não sei. Mas era. Se abrisse todo seu sorriso pra mim. Toda a perna. Todo peito aberto esperando afago. Se me olhasse como se me molhasse... Era uma sensação totalmente diferente de tudo que já havia sentido antes. Muito mais forte.
Necessitava de coragem. Para enfrentar tudo que fosse possível pelo meu amor. Nunca tive tanta vontade de dizer oi meu amor. Não poderia. A falta de intimidade dá uma coisa estranha na gente. Uma coisa que dá vontade e é reprimida.
Imagino. Só imagino: a língua macia, os seios fartos, as ancas largas, a barriga corpulenta, os braços, os cabelos gostosos, as unhas bem feitas, a pélvis gorda e molhada, os pêlos, todo o resto. O que conversaríamos, como amaríamos. Os lugares que apresentarei, para ficarmos sem pudor. “ Me tirou de um mundo que eu nunca estive e me colocou em outro completamente diferente.” ( de um livro que já nem sei mais). Me tirou deste mundo sem me tocar. Só com o olhar. Só com a voz sempre do mesmo tom. Macia. Viva a voz e a virilha macia para admirar a vida!
Andava entristecida, pois achava que experimentara tudo de novo neste mundo. Até que fiz minha nova descoberta do meu novo eu. Encontrei um motivo. Para continuar na vida minha busca pelo prazer. Minha vida voltou a ser um conto de fadas. Só não posso repartir com alguém.
De dentro de uma redoma de sabão, pronta para explodir.
Te amo como uma loucura que não é minha
Que me pertenceu algum dia
Aqui jaz no meu corpo
Para me condenar
Te amo como se ama uma vez
Vezes repetidas
Que não me canso
Espero algum dia te dar
Te amo cmo se ama por inteiro
Como se dorme
Como se bebe
Devagar
Te amo baixinho
Sussurrando
Mastigando
Como se amor é coragem
Por Ale Gomes: www.sobrecoisaselugares.blogspot.com
Friedrich W. Nietzsche, (1844 – 1900)
A beleza de um corpo nu só a sentem as raças vestidas. O pudor vale, sobretudo para a sensibilidade como o obstáculo para a energia.
Fernando Pessoa
O ser humano se compõe de duas partes – o seu cérebro e o seu corpo, mas o corpo se diverte mais!
Woody Allen
Na doença, percebemos que não estamos sozinhos mas sim agrilhoados a um ser de característica totalmente diferente, do qual nos separa abismos; um ser que não nos conhece e ao qual nos é impossível fazer-se entender: o nosso corpo.
Marcel Proust - Em busca do tempo perdido
Todo sofrimento à nossa volta indubitavelmente por nós é sentido. Nenhum de nós tem um corpo, mas um crescimento, e isso nos conduz através de todas as dores, independentemente da forma como o faz.
Franz Kafka