Te comer.
Te comer.
Comer.
De uma ponta a outra,
de um jeito desantropofágico.
Desdeglutir tua dor e teu parto.
Tua carne, tão tua que a mim
chama, é falácia.
É perdão de um pecado inexistente.
Que não sente, que não geme,
mas goza do puro prazer desconhecido.
Da ideia de nada pensar,
mas tudo sentir.
Te comer, comendo.
Sentindo aquilo que teus punhos guiam.
Agir sem pensar.
Um comer de bicho, de dentes e unhas.
Um corpo perene de dor, de espreita,
de hora certa, de ataque.
Investir.
Te comer pensando, andando.
Comer tua aura, tua sabedoria, teus dias.
Mastigar.
Por Dani Martins: http://www.flickr.com/danimartins
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